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Trump antecipa tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e ameaça elevação em caso de retaliação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30/07) a antecipação da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida, que estava prevista para começar em 1º de agosto, foi adiantada por decisão direta do republicano.

Segundo Trump, a nova alíquota é uma resposta a políticas “incomuns” e “extraordinárias” adotadas pelo governo brasileiro, que, segundo ele, estariam prejudicando empresas americanas e violando princípios fundamentais como a liberdade de expressão, ressaltando que a medida é uma retaliação à “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao anunciar a taxação, em 9 de julho, o líder americano disse que o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal (STF) conduziam uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Além disso, o decreto publicado pela Casa Branca prevê que uma eventual retaliação do Brasil poderá resultar em novas elevações tarifárias. “Caso o Governo do Brasil tome medidas de retaliação contra os Estados Unidos em resposta a esta ação, modificarei esta ordem para garantir a eficácia das medidas aqui ordenadas”, diz o texto.

A decisão ocorre depois do Departamento do Tesouro dos EUA sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base na Lei Magnitsky — legislação que permite a imposição de sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Moraes foi acusado de autorizar prisões arbitrárias, censura a opositores e perseguição política.

O aumento das tarifas já começa a afetar setores-chave da economia brasileira, como o setor madeireiro. O Paraná, um dos maiores polos de exportação de madeira processada do país, enfrenta um cenário de incerteza. A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) alertou para o cancelamento de contratos, suspensão de embarques e acúmulo de contêineres parados em portos. Algumas empresas do setor iniciaram férias coletivas e reduziram a produção diante das perdas.

Apesar do tom de confronto, o documento deixa aberta a possibilidade de revisão da tarifa, caso haja melhora nas relações diplomáticas. O governo americano sinalizou que um eventual recuo dependerá de uma “aproximação política entre os dois países”.

Foto da matéria em destaque: Donald Trump, presidente dos EUA. Crédito: Redes Sociais/Instagram.

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