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Tarifa de 50% dos EUA para produtos brasileiros derruba ações da Embraer e acende alerta no setor aéreo

O anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aumento de 50% nas tarifas de importação sobre produtos brasileiros provocou um forte abalo no mercado financeiro e acendeu um alerta vermelho no setor da aviação. As ações da Embraer, terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, despencaram na Bolsa de Valores nesta quinta-feira (10/07), refletindo o temor de perdas bilionárias para a companhia.

Os Estados Unidos representam hoje cerca de 60% das exportações de aeronaves brasileiras. Apenas no primeiro trimestre deste ano, 24% da receita da Embraer veio do mercado norte-americano. Atualmente, a empresa tem 181 aviões encomendados por seis companhias aéreas dos EUA, incluindo gigantes como American Airlines e SkyWest, além da Republic Airlines, Horizon Air, Azorra e AirCastle.

Durante o Paris Air Show, em junho, a SkyWest firmou novo contrato com a Embraer para a aquisição de 60 aeronaves, num acordo estimado em US$ 3,6 bilhões. Caso o tarifaço anunciado por Trump seja efetivado, cada avião poderá ser encarecido em até US$ 9 milhões, segundo cálculos preliminares do Ministério dos Portos e Aeroportos.

O ministro da pasta, Silvio Costa Filho se manifestou com preocupação diante do cenário.

O setor que tem me preocupado é o da aviação. Se essa tarifa vigorar, o impacto será profundo, não apenas para a Embraer, mas para toda a cadeia produtiva ligada à aviação brasileira”, declarou.

Costa Filho ainda estimou uma possível retração de até 0,4% no PIB, caso as exportações de aeronaves sejam comprometidas.

“Estamos buscando alternativas dentro do governo para preservar essas exportações e garantir a competitividade da indústria nacional, eu lamento profundamente como cidadão brasileiro, porque é muito ruim para a economia brasileira”, afirmou o ministro.

Em nota oficial, a Embraer informou que está “avaliando os possíveis impactos da medida e que o tema será abordado em sua próxima conferência de resultados do segundo trimestre, agendada para 5 de agosto”.

Com o setor aéreo sob pressão, o episódio pode marcar um ponto de inflexão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, e colocar à prova a resiliência de uma das maiores indústrias de alta tecnologia do país.

O movimento de Trump faz parte de uma nova política comercial mais protecionista, voltada a reverter déficits com países emergentes. A reação do Brasil ainda está sendo definida, mas fontes do governo não descartam retaliações ou o acionamento de mecanismos internacionais de mediação comercial.

Foto da matéria em destaque: Embraer. Crédito: Agência Brasil/Arquivo.

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