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STF determina uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro; ex-presidente critica decisão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida cautelar foi autorizada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou o risco concreto de fuga do ex-presidente, atualmente investigado em nova operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (18/07).

Em entrevista à imprensa após a colocação do equipamento, Bolsonaro afirmou que a medida representa uma “suprema humilhação” e classificou a investigação como “política”. Ele negou qualquer intenção de deixar o país ou buscar refúgio em embaixadas. “Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para embaixada”, declarou.

Durante a operação, a PF apreendeu cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência de Bolsonaro, além de um pen drive escondido no banheiro. O material será analisado por peritos da polícia científica. Segundo o ex-presidente, os dólares são provenientes de trocas devidamente registradas no Banco do Brasil. Sobre o pen drive, disse não ter conhecimento da origem e sugeriu que perguntará se o dispositivo pertencer à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Nunca abri um pen drive na minha vida. Não tenho nem laptop em casa”, afirmou.

“Olha, uma pessoa pediu para ir ao banheiro, eu apontei o banheiro, e voltou com um pen drive na mão. Nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pen drive”, alegou Bolsonaro.

Além do uso da tornozeleira, Bolsonaro está sujeito a outras medidas cautelares: não pode sair de casa entre 19h e 7h, inclusive aos fins de semana; está proibido de manter contato com outros investigados, diplomatas ou utilizar redes sociais. As medidas objetivam, segundo Moraes, preservar a integridade das investigações.

Moraes também considerou que o ex-presidente teria tentado extorquir o sistema de Justiça brasileiro ao condicionar o fim de uma crise tarifária à sua anistia política. O episódio teria relação com declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que no último dia 9 anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando que Bolsonaro é alvo de perseguição judicial e fazendo duras críticas ao STF.

O uso de tornozeleiras eletrônicas no Brasil é uma alternativa prevista para evitar o encarceramento em casos de menor gravidade, ajudando a reduzir a superlotação dos presídios, permitindo o monitoramento remoto de detentos. O dispositivo, utilizado também por réus da Operação Lava Jato em prisão domiciliar, foi viabilizado por meio de parceria entre o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional de Justiça em 2015.

Foto da matéria em destaque: Jair Bolsonaro em entrevista à imprensa, nesta sexta-feira (18/07), após a colocação da tornozeleira eletrônica. Crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil.

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