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PGR é contra reforço policial na casa de Bolsonaro, mas proximidade dele com líderes estrangeiros preocupa Gonet

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nesta sexta-feira (29/08) contrária ao pedido da Polícia Federal (PF) para reforçar a presença de policiais dentro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A solicitação havia sido encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira, e previa a permanência contínua de agentes no imóvel.

No parecer, o procurador-geral Paulo Gonet avaliou que não há, no momento, uma “situação crítica” que justifique a adoção de medidas mais severas, como a presença física permanente de policiais ou a prisão domiciliar. Para ele, o monitoramento já imposto ao ex-presidente deve ser suficiente, desde que a residência esteja livre de obstruções para eventuais ações policiais.

Apesar de não apoiar o reforço de policiamento, Gonet reconheceu que há riscos que justificam atenção das autoridades. O procurador citou investigações recentes que apontaram um pedido de asilo político feito por Bolsonaro à Argentina, além de sua proximidade com dirigentes de outros países — o que, segundo Gonet, pode facilitar uma eventual tentativa de fuga por meio de embaixadas estrangeiras.

“Decerto que a perspectiva de busca de refúgio do ex-presidente nesses países se torna digna de cuidados reativos por parte das autoridades nacionais”, afirmou Gonet no documento.

A PF, por sua vez, justificou o pedido com base na fragilidade da tornozeleira eletrônica, cuja eficácia depende da qualidade do sinal de operadoras de telefonia. Segundo o ofício assinado pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, falhas ou interferências intencionais poderiam dificultar a identificação de violações ou tentativas de fuga.

Gonet ponderou que é necessário encontrar um equilíbrio entre o tratamento dado ao ex-presidente e a proteção dos interesses da Justiça Pública, especialmente diante da proximidade de um julgamento que pode resultar em condenações. No entanto, reforçou que qualquer medida deve respeitar o devido processo legal e evitar excessos.

Procuradoria-Geral da República, Brasília-DF, na matéria em destaque. Imagem: José Cruz/Agência Brasil.

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