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Parlamentares da oposição bloqueiam trabalhos no Congresso e exigem votação de impeachment de Moraes

Parlamentares da oposição ocuparam a mesa diretora da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (05/08), com o objetivo de impedir a abertura da sessão plenária. A ação teve como propósito pressionar por um acordo para incluir na pauta projetos como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 333 — que trata do fim do foro privilegiado — e o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) afirmou que alguns parlamentares pretendem permanecer no Plenário durante toda a madrugada, em protesto. Ela também convocou apoiadores a participarem de manifestações e de uma carreata em direção ao condomínio onde reside o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ainda na noite de terça, manifestantes se reuniram nas proximidades da Torre de TV, um dos principais pontos turísticos da capital federal, com cartazes com frases como: “Fora Lula”, “Impeachment de Alexandre de Moraes” e “Bolsonaro, estamos com você”.

Mais cedo, ainda pela manhã, parlamentares já haviam protestado na rampa do Congresso Nacional contra a decisão de Moraes de impor prisão domiciliar a Bolsonaro, alegando que a medida tem caráter político.

Entre os presentes na ocupação da mesa diretora da Câmara estava o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), que se manifestou nas redes sociais diretamente do Plenário. Em sua fala, Jordy criticou o STF e reforçou a pauta da oposição:

“Acabamos de ocupar a mesa da Câmara dos Deputados. No Senado, os senadores também ocuparam a mesa. Não vamos permitir o avanço dos trabalhos até termos respostas. Não podemos mais aceitar o Brasil da forma que está. Precisamos da anistia, diante das revelações de que Moraes coordenava grupos de WhatsApp para promover ilegalidades. A prisão domiciliar de Bolsonaro é uma vingança, uma retaliação”, disse Jordy.

O deputado também defendeu o fim do foro privilegiado e criticou o que classificou como violações de direitos por parte do ministro Alexandre de Moraes.

Outro parlamentar a se manifestar foi o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que reforçou o caráter de resistência da ação:

“Estamos aqui fazendo uma obstrução na mesa do Plenário da Câmara dos Deputados, e só sairemos daqui presos”, declarou.

Gayer ainda afirmou que mais três senadores declararam apoio público ao pedido de impeachment de Alexandre de Moraes: Margareth Buzetti (PSD-MT), Jaime Campos (União-MT) e Dr. Hiran (PP-RR).

“O efeito de domingo, dessa mobilização, da injustiça com Bolsonaro tudo está culminando na percepção do Senado que já chega ninguém aguenta mais”, concluiu Gayer.

No Senado, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) também participou da mobilização e afirmou que o país vive “um estado de exceção flagrante”. Para ele, há violações ao devido processo legal e à ampla defesa:

“É muita injustiça com brasileiros inocentes, sem acesso aos autos, sem contraditório. Precisamos restabelecer o Estado Democrático de Direito, com o impeachment no Senado e a anistia na Câmara. Se Hugo Motta demorar lá, vamos pautar a anistia aqui”, disse Girão.

O senador concluiu sua fala dizendo que chegou a hora da verdade, a hora final, “o jogo é bruto, mas o despertar tá muito firme no coração e na mente dos parlamentares”, e que a mobilização dos parlamentares e da população deve continuar firme, com o objetivo de “restabelecer a liberdade de expressão e a democracia no Brasil”.

Foto da matéria em destaque: Parlamentares da oposição em ocupação da mesa diretora na Câmara dos Deputados. Imagem: Redes Sociais.

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