‘Não é justo o que estão fazendo comigo e com os demais colegas meus’, diz Bolsonaro sobre pedido de condenação
Em entrevista concedida nesta terça-feira (15/07), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar qualquer envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado e classificou como “injusta” a possibilidade de condenação nesse processo. E disse que em qualquer lugar do mundo as pessoas ficam sabendo antes sobre tentativa de golpe, “o mundo não tomou conhecimento disso”.
Segundo Bolsonaro, não haveria lógica em relacioná-lo diretamente aos eventos, já que, na época, ele estava nos Estados Unidos. “O relatório da Polícia Federal não me coloca no 8 de janeiro. Eu estava fora do país. A PGR quer me responsabilizar. Não tem cabimento eu me defender disso”, afirmou.
Para o ex-presidente, há uma tentativa deliberada de retirá-lo da vida política.
“Querem me tirar do jogo. O TSE pesou a mão contra mim. Eu não podia mostrar o 7 de setembro, não podia fazer live da minha casa, que era no momento o Alvorada. O Tribunal baixou resoluções extemporâneas. Quando acabou a eleição, decidimos não recorrer para evitar mais multas ou o risco de cassarem o partido. Isso é democracia?”, questionou.
Bolsonaro também rebateu acusações recentes envolvendo um suposto plano contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e criticou ainda a condução das investigações sobre Adélio Bispo, autor da facada, e afirmou que houve proteção no caso. “Eles não pensaram, tentaram me matar. Se a PF trabalhasse 10% no caso Adélio como trabalhou contra mim, já teriam descoberto quem mandou me executar”, disse, em referência ao atentado que sofreu em 2018.
“Não conseguiram quebrar o sigilo telefônico de Adélio, mas quebraram o meu, da Michelle, dos meus advogados e de todo mundo ao meu redor. Isso é perseguição implacável.”
O ex-presidente também questionou o fato de estar sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto Lula, segundo ele, foi julgado na 13ª Vara Federal Judiciária de Curitiba.“Nunca passou pela minha cabeça ser preso. Eu não sou bandido. Bandido é quem está no governo hoje e foi solto”, afirmou, fazendo referência indireta à anulação das condenações do atual presidente pelo STF em 2021.
Por fim, Bolsonaro disse que, se tivesse feito um governo marcado pela corrupção, estaria “com bilhões no bolso e em liberdade”. Ele ainda criticou o que chamou de “harmonia de interesses escusos” em Brasília antes de seu governo. “Eu acabei com a harmonia que existia em Brasília de pessoas que não queriam o bem do Brasil, se eu tivesse morrido em 2018 o Brasil já seria não a Venezuela, mas uma Cuba. Imagina o PT administrando 1 trilhão de reais, que foi o que nós gastamos na pandemia”, concluiu.
A declaração foi dada ao Poder360, em meio à reta final das investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Foto da matéria em destaque: Jair Bolsonaro em entrevista ao Poder360. Crédito: Redes Sociais/YouTube.
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