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Mercado imobiliário brasileiro mostra força diante de cenário internacional incerto

Apesar da instabilidade econômica global gerada por políticas tarifárias norte-americanas, o mercado imobiliário brasileiro demonstra resiliência e potencial de crescimento, um balde de água fria aos alarmistas.

A alta demanda por imóveis residenciais e de habitação popular, tem sido um dos principais pilares que sustentam o setor em tempos de incerteza. Apenas lançamentos imobiliários tiveram crescimento de 18,6% em relação a 2024. Foram lançadas 383.483 unidades somente em 221 cidades, incluindo todas as capitais e principais regiões metropolitanas, com aumento do Valor Geral de Lançamentos (VGL) de 20,72%, refletindo o otimismo do setor. Só o programa Minha Casa Minha Vida, teve crescimento de 43,5% no número de lançamentos.

O problema das tarifas impostas é que haverá diminuição de investidores brasileiros em solo americano, fazendo com que esse capital ou fique no Brasil ou migre para Portugal e Emirados Árabes, por exemplo. Portanto, quem perderá não será o Brasil.

O Brasil apresenta características próprias que diferenciam seu mercado imobiliário e criam oportunidades mesmo diante de turbulências externas:

•          Demanda estrutural sólida: Com déficit habitacional superior a 6 milhões de moradias, o país mantém uma procura constante por imóveis, especialmente em centros urbanos e regiões metropolitanas.

•          Valorização de imóveis como proteção patrimonial: Em períodos de instabilidade, muitos brasileiros apostam na compra de imóveis como forma de proteger seus ativos, o que mantém aquecida a movimentação no setor.

•          Potencial de crescimento nas cidades médias: Municípios fora dos grandes centros vêm ganhando protagonismo, com aumento da renda per capita, desenvolvimento urbano e demanda por empreendimentos imobiliários.

O acesso ao crédito ainda é o maior desafio do Brasil, tendo um espasmo de respiro desde que a CAIXA anunciou que irá financiar até o final do ano R$ 250 bilhões, dos quais R$ 138 bilhões no primeiro semestre. Isso é um alento para o mercado que estava tenso por conta da falta de crédito para o mercado imobiliário.

As incorporadoras estão atentas às demandas e das incertezas externas, e têm adotado estratégias inteligentes:

•          Adoção de tecnologias construtivas: O uso de métodos como construção modular e automação reduz custos e aumenta a eficiência.

•          Fortalecimento da produção local: Ao priorizar insumos e mão de obra nacional, as empresas mitigam os efeitos da variação cambial e valorizam a indústria brasileira.

•          Foco em nichos promissores: Imóveis compactos, sustentáveis e com foco na qualidade de vida têm ganhado espaço, atendendo às novas exigências dos consumidores.

Ou seja, enquanto o cenário internacional impõe desafios, o Brasil mostra que seu mercado imobiliário tem bases fortes e capacidade de adaptação. A alta demanda interna, aliada à criatividade e à inovação das empresas, posiciona o país de forma promissora mesmo em tempos incertos. Com planejamento e foco nos diferenciais locais, o setor pode não apenas resistir às turbulências, mas também prosperar.

Quem certamente irá repensar os investimentos são os chamados investidores institucionais do Brasil e do exterior, já que tem mais regras e normativas para fazerem investimentos. O ponto é que eles financiam a produção e compram em larga escala projetos e empreendimentos corporativos, com pouco investimento em imóveis residenciais que são a locomotiva do setor.

O corporativo e comercial, poderá sofrer pela falta de atratividade por conta do cenário econômico, mas o mercado imobiliário seguirá firme e forte.

Por: Heitor Kuser, CEO do CIMI360 – Congresso Internacional do Mercado Imobiliário, corretor de imóveis e perito avaliador com ampla formação acadêmica, incluindo graduação em Direito pela PUC/RS e MBA em Direito da Economia e da Empresa pela FGV. É membro internacional da National Association of Realtors (EUA), com certificações como CIPS®, SFR® e ABR®, além de especializações em Gerenciamento de Riscos (FGV), Compliance e Ética (Trevisan), Documentação Imobiliária, Lucro Imobiliário e Administração de Imóveis (CRECISP).

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