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Haddad diz que isenção do IR e a taxação de super ricos não causará prejuízo para os estados

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou nesta quinta-feira (20/03) que o aumento da isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil não impactará a arrecadação dos estados e municípios.

Na entrevista ao Bom Dia Ministro, Fernando Haddad destacou que o objetivo do projeto é aliviar a carga tributária dos cidadãos de menor renda, promovendo justiça fiscal sem prejudicar os recursos de estados e municípios. Ele ressaltou que a proposta inclui um desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, reduzindo o valor do imposto atualmente pago.

Haddad enfatizou que o governo não está abrindo mão da receita, pois a compensação virá da taxação de super ricos que atualmente não contribuem. Com a implementação de uma alíquota mínima de 10% para esses indivíduos, será possível compensar os contribuintes de menor renda, garantindo que não haja prejuízo para as administrações locais.

“Nós não estamos abrindo mão da receita porque nós estamos cobrando dos super ricos que não pagam. Então, quando os super ricos que não pagam passarem a pagar uma alíquota mínima de 10%, você compensa quem ganha até 5 salários mínimos [cerca de R$ 7 mil] e vai deixar de pagar e não há prejuízo para estados e municípios”, explicou o ministro.

Haddad acredita que até mesmo “a extrema-direita não terá argumentos para se opor à medida, e afirmou saber que tem muita gente que tem renda que concorda com a justiça social, reafirmando se tratar de um projeto justo, e que muita gente ali representada no Congresso, empresários, fazendeiros vai votar a favor desse projeto”.

O ministro ressaltou que a proposta afetará apenas aqueles que ganham acima de R$ 50 mil mensais, cerca de R$ 600 mil por ano, correspondendo a apenas 0,13% dos contribuintes e apenas 0,06% da população. Esses indivíduos, atualmente, pagam uma alíquota efetiva média de apenas 2,54%, devido a diversas isenções em seus rendimentos. Enquanto isso, o trabalhador com carteira assinada tem, em média, 69,18% da renda tributada com alíquota de até 27,5% de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

Caso o projeto seja aprovado pelo Congresso, as novas regras começarão a valer a partir de 2026, trazendo uma mudança significativa na tributação.

Fernando Haddad, na foto da matéria em destaque. Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

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