Departamento de Estado dos EUA inicia demissão em massa como parte de reestruturação promovida pelo governo Trump
Em uma das mais significativas reestruturações recentes no governo federal dos Estados Unidos, o Departamento de Estado, ou DoS, que se trata do departamento executivo federal responsável pelas relações internacionais do país, começou, nesta sexta-feira (11/07), a demitir mais de 1.300 funcionários como parte de um plano de enxugamento promovido pela administração do presidente Donald Trump.
Segundo o Departamento, a medida faz parte de um esforço mais amplo para reduzir o tamanho da máquina pública e realinhar as prioridades diplomáticas do país.
De acordo com um comunicado interno da agência, as demissões atingem 1.107 servidores civis e 246 membros do serviço exterior. Centenas de escritórios e agências estão sendo eliminados ou alterados, e os funcionários começaram a receber notificações por e-mail nesta manhã, com orientações sobre os próximos passos.
“Quase três mil funcionários deixarão o cargo como parte da reorganização”, informa o comunicado, que inclui tanto os demitidos quanto aqueles que optaram por deixar seus cargos voluntariamente.
Ainda segundo o informe, os oficiais do serviço exterior afetados pela chamada “Redução de Força” (RIF) serão colocados em licença administrativa por 120 dias antes do desligamento formal. Já os servidores civis passarão por um período de licença de 60 dias antes que a demissão se concretize.
A medida faz parte de um plano de reorganização anunciado originalmente em 22 de abril de 2025 pelo secretário de Estado Marco Rubio, e aprovado oficialmente em 29 de maio. Em declaração nesta quinta-feira (10/07), Rubio afirmou que o processo está sendo conduzido “provavelmente da maneira mais deliberada de todas as reorganizações já realizadas” no Departamento.
“Estamos simplificando as operações domésticas para focar nas prioridades diplomáticas do país”, destaca o comunicado oficial da pasta.
Autoridades do governo Trump justificam as mudanças afirmando que o Departamento de Estado se tornou uma estrutura “inchada” e que a reformulação é necessária para aumentar sua eficácia e alinhamento com as diretrizes da atual administração.
Um alto funcionário da pasta, afirmou que o “plano de cortes se baseia na análise de funções, e não de indivíduos”. Ele destacou que os profissionais afetados incluem tanto civis quanto diplomatas de carreira em Washington, mas que não há, por ora, previsão de cortes em cargos no exterior.
Os diplomatas norte-americanos do serviço exterior costumam atuar em diversas partes do mundo, são altamente qualificados e falam múltiplos idiomas. A exclusão desses postos da reestruturação pode indicar a intenção do governo de manter a presença diplomática no exterior, ainda que sob uma estrutura mais enxuta.
A decisão vem gerando reações diversas no meio político e entre especialistas em relações internacionais, que alertam para os riscos de enfraquecimento da diplomacia americana diante de um cenário global cada vez mais complexo.
Foto da matéria em destaque: Bandeira do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Imagem: Wikipédia.
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