CPMI do INSS vai ouvir ex-ministros da Previdência desde a época do governo Dilma
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os descontos indevidos em benefícios do INSS aprovou nesta terça-feira (26/08) convites e convocações de ex-presidentes do Instituto Nacional do Seguro Social, ex-ministros da Previdência, dirigentes de entidades conveniadas, além de representantes de órgãos de controle e investigação.
Serão convocados os ex-presidentes do INSS que estiveram à frente da autarquia entre 2015 e 2025, abrangendo os governos Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os nomes listados no plano de trabalho estão:
Ex-presidentes do INSS:
- Lindolfo Neto de Oliveira Sales (2012-2015);
- Elisete Berchiol da Silva Iwai (2015-2016);
- Leonardo de Melo Gadelha (2016-2017);
- Francisco Paulo Soares Lopes (2017-2018);
- Edison Antônio Costa Britto Garcia (2018);
- Renato Rodrigues Vieira (2019-2020);
- Leonardo José Rolim Guimarães (2020-2021);
- Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano (2022);
- Glauco André Fonseca Wamburg (2023);
- Alessandro Antonio Stefanutto (2023-2025).
Ex-ministros da Previdência:
- Carlos Eduardo Gabas (2010-2011 e 2015);
- José Carlos Oliveira (2022);
- Carlos Roberto Lupi (2023-2025).
O ex-secretário da Previdência do Ministério da Fazenda na gestão Temer Marcelo Abi-Ramia Caetano e o ex-deputado federal Onyx Lorenzoni, que foi ministro do Trabalho e Previdência na gestão Bolsonaro, também serão chamados.
A CPMI também irá ouvir:
- Presidentes das 41 entidades que firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS, permitindo o desconto de mensalidades associativas diretamente na folha dos beneficiários;
- Diretores de Benefícios do INSS;
- Presidentes da Dataprev, empresa responsável pelo processamento da folha;
- Representantes da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que já conduzem investigações relacionadas ao caso.
Seis eixos de investigação
O relator da comissão, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), delineou seis eixos principais para a investigação:
- Mapeamento das irregularidades e como ocorreram;
- Identificação e responsabilização dos envolvidos;
- Apuração do total de vítimas e dos impactos no erário público;
- Rastreamento do caminho do dinheiro desviado, com foco na reparação;
- Análise de falhas institucionais e de controle;
- Propostas de medidas preventivas e alternativas legislativas.
Prazo e próximos passos
A CPMI terá um prazo inicial de 180 dias, com interrupção durante o recesso parlamentar. A expectativa é que o relatório final seja apresentado até março de 2026.
Ralator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar à esquerda na foto e o senador e presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), à direita. Imagem: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados.
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