Cappelli afirma que conhecer a realidade da população é essencial para a Gestão Pública
Ao se lançar pré-candidato ao governo do Distrito Federal em 2026, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e interventor na segurança da capital federal após os atos de vandalismo às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, Ricardo Cappelli (PSB), buscou apoio de muitas pessoas que o estimularam a participar da política do país e do DF.
Em entrevista ao Fato Parlamento, Cappelli reflete sobre o fato de sempre ter residido na área central de Brasília desde que chegou à cidade, em 2003, há 22 anos. Essa constatação o levou a reconhecer a necessidade de conhecer o Distrito Federal como um todo, a “Brasília real”, onde vive a maior parte da população, que não reside na área central.
Por isso, decidiu passar pelo menos uma semana, ou de sete a dez dias, nas regiões administrativas do Distrito Federal. Durante esse período, optou por não usar carro nem motorista ao ir trabalhar na ABDI, continuando a ir diariamente ao trabalho mesmo após as estadias.
Para Cappelli, embora o carro facilite os deslocamentos e ganhe tempo no dia a dia, ele também isola. Durante essas estadias, ele resolveu utilizar o transporte público e comentou:
“Fui para lá domingo à tarde, estou usando ônibus, metrô, porque assim você sente a realidade, conversa com as pessoas, e percebe a verdade da vida da maioria da população.”
Ricardo Cappelli destacou o apoio que tem recebido das pessoas, que o acolhem generosamente em suas casas. Ele contou:
“Ficamos 2 dias (19 e 20/01) no Sol Nascente, na casa do João Paulo, Hellen e Maria Helena, a linda filha do casal. De ontem para hoje (21 e 22/01), ficamos na casa da família do Raimundo e sua esposa Tia Lú, uma mulher batalhadora, merendeira de uma escola do GDF, juntamente com suas duas filhas. E ainda hoje vamos para a casa do Alan. Estou muito surpreso com as dezenas de pessoas que estão oferecendo suas residências para nos receber nas regiões administrativas, para que possamos conhecer a realidade de cada região aqui do Distrito Federal.”
Ricardo Cappelli está realizando uma imersão significativa, conhecendo profundamente o local e realizando reuniões que se estendem até a meia-noite. Ele descreveu essa experiência como muito importante e valiosa, tanto como gestor público quanto como pessoa.
“Ao encontrar muitas histórias de superação e luta cotidiana, muitos desafios, as pessoas têm levantado muitos problemas, em todo lugar que a gente chega, o principal problema abordado é a questão da saúde, a gente vive uma situação gravíssima aqui no Distrito Federal, as pessoa não têm médico, não têm acesso, a exame, remédios, cirurgia, ficam esperando até 6 anos por uma cirurgia, uma situação dramática”, ponderou Cappelli.
Para ele, o principal objetivo desse projeto não é falar, mas ouvir, conhecer e entender a realidade da maioria da população do Distrito Federal. Ele se deparou com situações de esgoto a céu aberto, a cerca de 26 quilômetros do centro do poder, na Capital Federal, em pleno século XXI.
Cappelli também expressou que faltam condições mínimas de atendimento nas unidades de saúde, falta de espaços de lazer e ainda existem muitas dificuldades. Contudo, ele encontrou muitas histórias de luta e superação, com pessoas que, mesmo enfrentando adversidades, encontram força para empreender e acreditar no Brasil. Ele mencionou o Instituto Acolher, de Ana Cristina, que realiza um trabalho extraordinário no Pôr do Sol, uma comunidade colada ao Sol Nascente, também bastante carente. O Instituto Acolher oferece qualificação a mulheres, permitindo que elas trabalhem como artesãs e costureiras, desenvolvendo bonecas e vestuários a partir de retalhos de tecido doados.
“Se, por um lado, há dificuldades, por outro, há superação, luta, coragem e, sobretudo, fé. Também tenho encontrado uma presença forte das igrejas, que desempenham um papel fundamental como rede de apoio espiritual e social, especialmente para aqueles que enfrentam tantas dificuldades no mundo do trabalho e no acesso a serviços públicos básicos que já deveriam estar garantidos“, afirmou Ricardo.
Cappelli encerrou a entrevista ressaltando que essa experiência tem sido fundamental e observou que todo gestor público deveria ser incentivado a viver a realidade da maioria da população. Ele acredita que essa vivência é essencial para o ser humano, pois nos transforma ao sairmos da bolha que não reflete o país real.
Ricardo Cappelli, na foto da matéria em destaque. Imagem: Instagram/Acervo pessoal.



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