Carregando agora

Após cirurgia longa e complexa, Bolsonaro permanece na UTI, mas com quadro estável, diz o médico-chefe

A equipe médica que realizou a cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanhou todo o procedimento detalhadamente e, nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, afirmou que a cirurgia foi complexa. Bolsonaro está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital DF Star, em Brasília, mas, segundo os médicos, seu quadro é estável.

De acordo com o cardiologista Leandro Echenique, que integrou a equipe médica responsável, não houve complicações durante a cirurgia, que ocorreu como o esperado. Ele destacou, no entanto, que os cuidados no pós-operatório exigem atenção redobrada. “Devido ao tempo prolongado do procedimento, que foi de aproximadamente 12 horas, o organismo do paciente sofre uma resposta inflamatória intensa, o que é comum nesse tipo de situação e pode levar a uma série de intercorrências”, explicou.

Echenique detalhou ainda os riscos típicos do pós-operatório:

“Isso leva a diversos riscos, como infecções, necessidade de aumento nas medicações para controle da pressão, inflamação generalizada, dilatação dos vasos — o que pode elevar a pressão arterial —, problemas de coagulação, e cuidados especiais com o pulmão. São várias as intercorrências que podem surgir”, afirmou Echenique.

Ainda durante a coletiva, o médico-chefe da equipe cirúrgica, Claudio Birolini, acrescentou que a parede abdominal do ex-presidente estava bastante danificada em razão da facada sofrida em 2018 e das cirurgias anteriores.

“Isso já indicava que seria um procedimento complexo e trabalhoso. O intestino estava bastante comprometido, o que nos leva a crer que ele vinha apresentando um quadro de suboclusão subclínica há alguns meses, considerando as várias internações recentes. Tenho expectativa de uma boa evolução, mas será necessário deixar o intestino descansar, desinflamar e retomar suas funções antes de considerarmos a realimentação por via oral”, afirmou Birolini.

Os médicos também recomendaram que Bolsonaro evite falar e que as visitas sejam restritas, especialmente nas próximas 48 horas, consideradas cruciais para uma boa resposta à cirurgia.

Além disso, a equipe médica destacou a importância de que as agendas do ex-presidente sejam reduzidas nos próximos três meses. Segundo os profissionais, será necessário ter muita cautela com sua saúde, especialmente com o sistema digestivo.

Em relação à alta hospitalar, os médicos informaram que ainda não há previsão, pois dependerá da evolução do quadro clínico e da resposta do organismo de Bolsonaro ao tratamento.

Em nota publicada nas Redes Sociais, Bolsonaro escreveu:

“Estou internado no Hospital DF Star, em Brasília, me recuperando de mais uma cirurgia que durou cerca de 12 horas. O procedimento foi necessário para tratar uma obstrução provocada por dobras no intestino delgado. Segundo os médicos, meu estado de saúde é estável, mas a recuperação exige cuidados intensivos e será gradual”.

“Essa foi a sexta cirurgia relacionada ao atentado que sofri em 2018, e já é a nona vez que preciso ser internado por complicações decorrentes daquele episódio. No momento, ainda não há previsão para minha alta”.

“Meus mais sinceros agradecimentos para todos neste momento. Um forte abraço em cada um e repito: Voltaremos”!

Médico-chefe da equipe cirúrgica do ex-presidente Jair Bolsonaro, Claudio Birolini, na foto da matéria em destaque. Imagem: Redes Sociais.

Share this content:

Publicar comentário