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A nova estatal de Lula, ‘Alada’, gera receios de desperdícios de recursos públicos no espaço

O governo Lula (PT) anunciou a criação de uma nova estatal, a “Alada”, com a finalidade de explorar o lançamento comercial de foguetes e satélites privados no Brasil, utilizando a base de Alcântara, no Maranhão. A expectativa é que a empresa atraia investimentos privados.

Entretanto, o projeto Alada não esclarece o custo total da iniciativa nem quantos funcionários serão necessários. A proposta apenas informa ao Congresso que a empresa poderá contratar pessoal por um período de até quatro anos para sua implementação, além de receber servidores civis e militares de outros órgãos. Essa situação levanta preocupações sobre a possibilidade da nova estatal se tornar um novo desperdício de recursos públicos.

Com a memória ainda fresca da criação da Alcântara Cyclone Space (ACS) durante o governo Lula, em 2003, que objetivava o lançamento de foguetes da série ucraniana Cyclone-4, também a partir do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, a nova empreitada traz à tona preocupações. A ACS, estabelecida em parceria com a Ucrânia, onde cada país investiu R$ 500 milhões, nessa empresa binacional, sendo que não obteve o sucesso e foi descontinuada em 2015. O governo federal atribuiu o fracasso a falta de viabilidade comercial, foguete ucraniano ultrapassado, tecnologia de combustível antiga e altamente tóxica, e com isso acumulando uma dívida de quase meio bilhão de reais. Sendo totalmente extinta em abril de 2019, sem ter cumprido seu objetivo de concluir um lançamento.

O projeto da Alada prevê que a nova estatal seja uma subsidiária da NAV Brasil, criada em 2019 para desenvolver sistemas de navegação aérea voltados para o setor privado. Na teoria, o Brasil possui vantagens competitivas, já que Alcântara é considerado um dos locais mais favoráveis do planeta para lançamentos espaciais, devido à sua proximidade com a linha do Equador, o que permite reduzir o consumo de combustível ao colocar objetos em órbita.

No entanto, em um momento em que o país está implementando cortes de gastos, a criação dessa nova estatal, aprovada em dezembro pelo Congresso, enfrenta o desafio de conquistar uma fatia de um mercado em expansão dominado por megaempresas.

Base do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, na matéria em destaque. Foto: Warley de Andrade/ TV Brasil.

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