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Julgamento de extradição de brasileiros presos por atos do 8/1 na Argentina é adiado pela terceira vez

O julgamento de extradição de cinco brasileiros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 foi novamente adiado pela Justiça Federal da Argentina. A sessão, que estava marcada para esta terça-feira (08/07), foi suspensa e ainda não há nova data definida.

Esta é a terceira vez que o julgamento é adiado. O Tribunal Federal Criminal nº 3, liderado pelo juiz Daniel Rafecas, responsável por emitir os mandados de prisão contra os foragidos, atendeu a um pedido das defesas, que aguardam o julgamento de recursos apresentados em segunda instância.

O primeiro adiamento ocorreu devido à coincidência de datas com a audiência da ex-presidente Cristina Kirchner, marcada para 18 de junho. A sessão foi então remarcada para o dia 24, mas novamente postergada a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que indicou representantes legais para acompanhar o caso em nome do Estado brasileiro.

Joelton Gusmão de Oliveira, Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, Joel Borges Correa, Wellington Luiz Firmino e Ana Paula de Souza, foram condenados no Brasil a penas que variam de 13 a 17 anos de prisão por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os cinco foram presos em território argentino e têm a extradição solicitada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A seguir, veja quem são os detidos:

1-Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos.

Condenado a 16 anos e seis meses de prisão, por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio e associação criminosa armada. foi preso em La Plata, a cerca de 60 km de Buenos Aires. Morador de Vitória da Conquista (BA), Joelton havia sido preso em flagrante no próprio 8 de janeiro, mas ganhou liberdade provisória em novembro de 2023, com imposição de medidas cautelares.

2- Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 35 anos.

Condenado a 14 anos de prisão, por abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado de deterioração de patrimônio tombado. Rodrigo foi considerado foragido desde abril de 2024, após a perda do sinal de sua tornozeleira eletrônica. Natural de Marília (SP), ele estava em liberdade provisória, com restrições de deslocamento. Foi localizado e preso também em La Plata.

3-Joel Borges Correa, de 48 anos.

Nascido em Tubarão-SC, foi condenado pelo STF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio tombado e associação criminosa armada, pelos ataques de 8/1. Joel foi detido em um controle de trânsito na província de San Luis, indo rumo à Cordilheira dos Andes, que separa a Argentina do Chile, segundo fontes judiciais.

4-Wellington Luiz Firmino, de 34 anos.

Com pena de 17 anos de reclusão, foi preso na província de Jujuy, no norte da Argentina, também tentando cruzar a fronteira em direção ao Chile. É o condenado com a maior pena entre os cinco detidos.

5-Ana Paula de Souza, de 34 anos.

De Florianópolis-SC, foi condenada a 14 anos de prisão pelo STF, pediu asilo na Argentina, e no dia 28/11/2024 foi presa na esquina do apartamento que alugava, enquanto caminhava para ir a uma cafeteria. Policiais à paisana a pararam, ela se identificou e disseram que existia um pedido de extradição e ordem de captura na Interpol e que, mesmo com o pedido de refúgio em processo, ela seria presa, de acordo com fontes de Ana Paula, em carta.

Os cinco condenados permanecem presos preventivamente na Argentina enquanto o processo de extradição segue em tramitação.

Foto em destaque: Atos do 08/01/23 em Brasília. Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

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