Glenn Greenwald acusa Alexandre de Moraes de praticar abuso de poder e diz que juristas têm medo do ministro
O jornalista americano Glenn Greenwald afirmou, nesta quarta-feira (30/04), que houve abuso de poder por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao encomendar relatórios à assessoria especial, pedir investigações para propósitos pessoais e ocultar que os pedidos vieram do STF, no âmbito do chamado Inquérito das Fake News.
De acordo com Glenn, Moraes ainda mantém os poderes que tinha à época das eleições de 2022, quando era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se tornou “a pessoa mais poderosa do país.”
O jornalista responsável pelo site The Intercept Brasil, divulgou em 2024, áudios que revelaram o suposto uso de assessoria do TSE por Moraes para realizar investigações informais.
Segundo o norte-americano, fontes jornalísticas — incluindo juristas que criticam Moraes no privado — “temem criticá-lo publicamente.”
“Percebi que tem muitas pessoas no mundo jurídico, especialistas na Constituição brasileira, que expressariam críticas a Moraes na forma privada. [Mas] quando perguntei ‘você quer manifestar publicamente para a reportagem?’, Essas pessoas poderosas, com muita exposição aqui no Brasil, disseram: ‘não consigo, realmente tenho medo’. Elas têm medo… Quando comecei a denunciar o Moraes, foi a primeira vez na minha vida que eu pensei: ‘vale a pena eu fazer isso, enfrentando esse risco?’. Esse poder de censura que foi dado a Moraes foi só sobre a eleição de 2022. [Deveria terminar] um dia depois da eleição de 2022, mas ele continuou a usar esse poder de censura até hoje”, declarou Greenwald.
As declarações ocorreram na Comissão de Segurança Pública do Senado (CSP).
Ainda na comissão, senadores criticaram a ausência de Moraes e seus juízes auxiliares, que foram convidados para a reunião.
Segundo o senador Eduardo Girão (Novo-CE), que requereu a audiência pública, o ministro já foi convidado oito vezes pelo Senado e nunca compareceu.
Glenn Greenwald na foto em destaque da matéria. Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado.
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